Operação conjunta da Anvisa e Policia Federal prende em Belém do Pará


A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) interditou, ontem pela manhã, quatro farmácias denunciadas pela venda de medicamentos proibidos e falsificados e também pela venda indiscriminada de remédios controlados. Uma delas, segundo a Anvisa, com indícios de funcionar também como clínica de aborto.

Quatro pessoas foram levadas para a sede da Polícia Federal (PF) para prestar esclarecimentos, destas, três foram presas, incluindo o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos do Pará (Sincofarma), Joaquim Tadeu Pereira.

As prisões foram os primeiros resultados da “Operação Topázio”, empreendida pela Anvisa com apoio da PF, Conselho Regional de Farmácia (CRF) e Departamentos de Vigilância Sanitária, da Secretaria Municipal de Saúde (SESMA) e da Secretaria de Estado de Saúde (SESPA), que se estenderá até quinta-feira.

Joaquim Pereira negou a venda de medicamentos irregulares em sua farmácia e classificou a ação de “uma aberração”. “Trabalho dentro da legalidade, com toda documentação exigida, e não admito este tipo de constrangimento. Além de não ter poder para alterar ou regulamentar as leis, eles não podem invadir um estabelecimento comercial daquele jeito”, reclamou Joaquim, referindo-se à abordagem dos agentes da Anvisa e do CRF.

“Se tinha documentação, ele não me mostrou”, rebateu o fiscal da Área de Inteligência da Anvisa e coordenador da operação, Marcel Figueira. “Alguns medicamentos, a

maioria fitoterápicos, estavam à venda sem a licença da Anvisa. Outros, incluindo os de tarja preta (controlados), armazenados num depósito sem as mínimas condições sanitárias e com baratas”. Também foram encontradas receitas em branco, com carimbo com brasão da Prefeitura Municipal de Belém e uma assinatura, sem indicação de nome. A farmácia, situada na avenida Governador José Malcher, em Nazaré, foi interditada.

IRREGULARES

Nas outras três farmácias foram encontrados cerca de vinte tipos de medicamentos irregulares, entre abortivos (Oxiton), anabolizantes (Equipoise), inibidores alimentares (Rimogras) e estimulantes sexuais (Pramil) de uso proibido no Brasil e ainda medicamentos falsificados (Cialis), com fórmula desconhecida pela Anvisa e que implicam em risco de reações adversas e até de morte. Os remédios tinham procedência de países como China, Paraguai, Austrália e Holanda.

A partir de agora será aberto um inquérito pela Polícia Federal, no sentido de investigar a origem dos medicamentos, e os responsáveis só poderão reaver seus estabelecimentos após adequação às normas da Anvisa e pagamento de multa, que pode variar de acordo com a situação. No Brasil, a Anvisa vem vistoriando e interditando as farmácias irregulares desde o final de 2008.

FONTE: Diário do Pará

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